8 de julho de 2009

Andarilho_Líria Moraes

Andarilho

Solitário o andarilho,

veja a música é a sua fiel amiga
e apenas as palavras o entendem.

Porém, nem só de palavras se vive...

Sonhos despedaçados
são coisas dessa estrada.

E ele, simples andarilho,

sabe que nada mais resta
além de notas e sílabas,
de lágrimas retirar sorrisos
e curar feridas.

Oh andarilho, não olhe para o chão
senão desvia da rota.
Você não sabe que a travessia não é justa?
Você não sabe que todos perdem a direção todo o tempo?
Que apesar existirem os lírios do caminho,
os devaneios muitas vezes o impedem de seguir tranqüilo.

Que tortuosas são as curvas
e grandes as ladeiras?
Então, sinta o vento
que lhe traz alívio
ele quer te dizer
que existe algo além,
o cheiro da terra é que importa
o olhar sobre as montanhas
o andar leve que acalma.

E assim a estrada torna-se menos severina, menos sinuosa.

Líria Moraes
2005

Um comentário:

  1. Belo poema!
    É aquela questão dos atalhos que insistimos em pegar diante das adversidades. No fundo todos somos andarilhos de nossas vidas, procurando aqui e ali alguma razão para preencher os espaços vazios.

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