20 de agosto de 2015

Linha de ferro_Líria Moraes

Linha de ferro

Que acabe o choro
Saltei do trem
Segui a linha de ferro
Com seus troncos
Esquecidos e velhos
Pouca e maltratada
Grama.

Indo e vindo
Sem lágrimas
Pelo caminho
Uma ponte
E a travessia
O peso do caos
Uma tonelada
Nos meus passos
Deixada para trás.

Líria Moraes
2004

O sino que tocou_Líria Moraes

O sino que tocou

Não sou
O sino que tocou
O pouco que restou.

Tenho vestido com decote
Fita rendada, batom e colar.
Então, me mostre
Até onde posso chegar.

Posso tentar
Não ser tão contida
Sei me virar
Levar uma vida bandida.

Líria Moraes
2005

Estive perdida em tantos lugares_Líria Moraes

Estive perdida em tantos lugares

Nessas minhas andanças
Procurando por histórias
As mãos cansadas
Muitas memórias...

Nessa música, aquela voz
A foto daquele lugar
De um lobo feroz
E estou a procurar
Um espaço, uma ilha
Lá onde o vento faz a curva
De onde vem um eco
Estive perdida em tantos lugares
Em uma casa de veraneio
Longe de todos os males.

Apenas não me lembro da direção
Daquela outra estrada
Ao fundo o som de um violão
Pela janelas vi tantas paisagens
E elas passaram
Deixando de existir nessas viagens.

Líria Moraes
2013

Assimetria_Líria Moraes

Assimetria

Um dia acordei assimétrica
A noite chegou e mesmo assim
Dormi pensando na simetria
Daquele olhar que passou por mim.

Líria Moraes
2006

Sequência de poemas antigos

Postarei agora, uma sequência de poema antigos que estavam mofando nos meus rascunhos.

O primeiro, colocarei sobrepondo mais uma lembrança da adolescência: um desenho.
Não que tenha a ver, tecnicamente falando. Rs